Papo de mãe: Volta às aulas
Pode voltar é seguro. Não, não pode….Socorro!
Não sei se choro ou se comemoro. E você, como se sente com o retorno da volta às aulas ?
Fico observando o movimento para o retorno do ano letivo e pensando no tanto de crianças que desenvolveram uma série de problemas emocionais em razão do isolamento e precisarão de acompanhamento. Reflito sobre o prejuízo no aprendizado a ser recuperado e na dificuldade daqueles que não conseguiram acessar as plataformas digitais no último ano. Penso na série de protocolos que serão implantados para que isso ocorra de forma segura. Como será a volta no seu município? Remota? Híbrida ? Presencial?
Escuto. Leio. Observo. Espero.
Sinto medo. Ansiedade. Desespero.
Me pergunto, será mesmo o momento?
Ser mãe não é tarefa fácil. Queremos o melhor, sem nem ter certeza se é o melhor. Seguimos os instintos e as necessidades da cria. Nos culpamos sempre e por qualquer decisão…
Saudade de ter rotina! Mas quem se lembra o que é isso desde que a pandemia chegou e nos obrigou a ser mãe, professora, dona de casa e ainda dar conta do home-office, que atualmente deixou de ser home em muitos casos? Pois é…enlouquecedor, cansativo e também uma oportunidade de se reinventar.
Aprendemos a planejar e organizar um dia de cada vez. Questão de sobrevivência! Sozinhas ? Nem sempre! Entrou pai, avó, tia, madrinha e quem mais pode socorrer aquela mãezinha desesperada que precisava sair de casa pra ganhar o pão de cada dia e para contribuir com o sustento da família. Mais duro ainda é para aquelas que nem tiveram em quem se apoiar e mesmo assim deram um jeito de se virar e dar conta de tudo. Em alguns casos, colocou as crianças nas costas ou pegou pela mão e levou para o trabalho junto. Vocês viram a foto da mulher coletora com as crianças no colo ? É, nem sempre há uma rede de apoio! Casos como este me tocam, me entristecem…
A verdade é que volta as aulas para muitas mães devolve aquela ponta de esperança de que aos poucos tudo voltará ao normal, que nossas vidas serão devolvidas.
Ao mesmo tempo nos faz recuar, para sermos tomadas pela insegurança e medo do inimigo invisível, que talvez se torne mais próximo com essa possibilidade… Respiro. Inspiro. Confio.
Mesmo confusa, preocupada, sigo otimista. Por aqui estamos avaliando as possibilidades. Também não podemos julgar quem tomou qualquer decisão. Cada um sabe da sua verdade e necessidade. Os órgãos competentes que estudem o coletivo.
Mas me conta, já decidiu se o seu filho (a) vai para a escola ?